E é a mesma coisa com esses nossos aparelhinos carregados de tecnologia, celulares, mp3, mp4, mp5, mp6, mp7, notebooks, televisões, carros...Com as roupas que compramos, com as pessoas, empregos e dinheiro que desejamos...Com os amores alugados e nem sempre à dinheiro...Então sabemos perfeitamente que essas coisas não trazem felicidade. Mas, infelizmente, ou dito melhor, para nossa infelicidade , elas nos divertem e, se bem que a felicidade tenha alguma coisa a ver com diversão, a diversão, por si e em si só, é um obstáculo à felicidade, à sensação de satisfação jocosa permanente...
Por que vender uma sensação de alegria permanente só faz sentido num terrível mundo de insatisfação permanente e a nossa civilização, apesar de todas as aparências, é uma gigantesca indústria de insatisfação.
Insatisfação com "felicidade" escrita no rótulo...E a diversão, que significa levar para longe, é a nossa tentativa desesperada de conseguir satisfação...Ela diverte mesmo! E nos leva para longe da plenitude do instante...
Mas se essa indústria produzisse satisfação como é que os lucros seriam gerados?
Talvez fosse muito bom se nós nos libertássemos do rótulo e provássemos de uma felicidade sem nome!
Não é à toa que no barco onde Florentino Ariza e Fermina Dasa finalmente se entregam ao amor, no romance de Gabriel Garcia Marques, se hasteia não uma bandeira onde está escrita a palavra Felicidade, mas uma bandeira anunciando o cólera...
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